Resenha: Lírio Azul, Azul Lírio, de Maggie Stiefvater (A Saga dos Corvos #3)

lírio azul azul lírioEssa é uma resenha de um livro que faz parte de uma série. Para ler a resenha do primeiro livro de A Saga dos Corvos, clique aqui. Para ler a resenha do segundo livro, clique aqui.

(EDIT: Uma resenha em vídeo de toda a série A Saga dos Corvos, sem spoilers, está aqui.)

OLHA ELAAAAAA sumindo por (mais de) um mês sem dar nenhuma explicação! Desculpa gente, minha única justificativa é que esse período de março/abril sempre é o pior para mim na faculdade, e sempre bate aquelo desânimo com tudo no mundo. Deveria saber que o blog não seria exceção – afinal, nem ler eu li direito durante esse tempo. Mas espero que tudo volte nos eixos a partir de hoje. Porque afinal, pelo menos uma coisa eu consegui fazer: minha esperada releira de A Saga dos Corvos.

Quando li esses livros pela primeira vez, li todos de uma vez, em três dias. Curiosamente, saí dessa mini maratona com uma imagem sólida dos dois primeiros livros – tanto que os resenhei, quase um ano depois, sem precisar relê-los -, mas quando pensava sobre o terceiro livro da saga, não conseguia definir sobre o que, exatamente, era o livro em si. Deixei então sua resenha para depois da releitura da série. Meses depois e releitura terminada, cheguei à conclusão de que Lírio Azul, Azul Lírio é meu livro preferido da série; mas ainda é difícil de ser definido.

Acho que essa dificuldade de definição vem justamente do fato de que esse é um livro de desenvolvimento: tanto para a história, quanto para os personagens. Minha impressão é de que os dois primeiros livros da série são de estabelecimento – do mundo, da mágica, dos personagens e seus problemas -, e é agora no terceiro livro que a história acelera. Grande parte da sensação de narrativa acelerada (quando comparada com a narrativa dos livros anteriores) vem do fato de esse livro já começar com uma missão: resgatar a desaparecida Maura, mãe de Blue. Essa não é a única linha narrativa do livro, mas é a que interliga todos os seus capítulos.

O desaparecimento de Maura, além de acelerar a narrativa, também abre espaço para um maior foco nas mulheres da 300 Fox Way. Se Ladrões de Sonhos focou em relações masculinas (Ronan e Kavinsky, Adam e Gansey), Lírio Azul, Azul Lírio foca em relações femininas. Não só a relação entre Blue e sua mãe, mas também a relação entre Blue e as outras mulheres de sua casa, a amizade entre o trio Calla, Maura e Persephone, e também a relação entres os meninos e as mulheres – em especial, Persephone e Adam. De fato, as personagens femininas recebem bem mais atenção nesse livro: novas personagens femininas são introduzidas, e as personagens femininas já existente ganham mais foco.

Uma das personagens femininas introduzidas é Piper, esposa do vilão do livro, Colin Greenmantle. O casal Greenmantle é definitivamente uma das minhas partes favoritas desse livro. Em minha resenha de Os Garotos Corvos, eu digo que o grande ponto fraco do livro é a falta de desenvolvimento do vilão. Esse não é um erro que Stiefvater volta a cometer: os antagonistas de Ladrões de Sonhos são bem mais trabalhados, e finalmente em Lírio Azul, Azul Lírio os capítulos de Greenmantle acabam de tornando as partes que mais entretêm o leitor. Não apenas ler o que se passa dentro da cabeça de Greenmantle é hilário, como o plot twist no final do livro com a Piper é um toque de gênio. Não é a toa que mudei meu nome no twitter para Piper Greenmantle durante minha releitura.

Mas não se enganem: o maior foco nos personagens secundários nesse livro não significa menor foco nos personagens principais. Pelo contrário, o desenvolvimento de Blue e cada um dos meninos é enorme. Por isso que no começo dessa resenha disse que esse é um livro confuso em termos de tema: todos os personagens estão evoluindo, mas para lugares diferentes. Blue está em uma jornada de identidade, tentando descobrir quem e o que ela é; Adam, após começar a lidar com as consequências de seu trauma no livro anterior, está em uma jornada ascendente de recuperação; e finalmente Gansey está em uma jornada descendente, lentamente sucumbindo às consequências de seu trauma com que, ao contrário de Adam, não lidou até agora. Seria possível escrever um post inteiro só sobre cada uma dessas jornadas, de tão ricas e importantes que são. Stiefvater lida com maestria todas essas narrativas diferentes em um só livro.

Notem que não citei Ronan no parágrafo anterior; isso porque, assim como em Os Garotos Corvos, Ronan não tem capítulos nesse livro. Isso não diminui sua importância como um dos personagens principais, mas seu foco é diferente dos outros personagens: enquanto que com Blue, Adam, e Gansey o foco é em como estão evoluindo, com Ronan o foco é em como os outros personagens lidam com toda a sua evolução que ocorreu em Ladrões de Sonhos. Pelos olhos de Blue, Adam e Gansey, o leitor verá como Ronan mudou, e em consequência como suas interações com os personagens mudaram. As interações entre Adam e Ronan são especialmente notáveis.

Lírio Azul, Azul Lírio é o antepenúltimo livro da série A Saga dos Corvos, e assim sendo, não só deixa várias perguntas para o leitor (assim como várias dicas para os leitores que gostam de teorizar), como também faz questão de terminar com um cliffhanger no epílogo. Epílogos bombásticos já são especialidade de Stifvater -quem leu qualquer livro dessa série pode comprovar -, mas esse é especialmente agoniante. Esses últimos dias entre o final da minha releitura e a espera pelo lançamento de The Raven King serão dias ansiosos de espera, criações de teorias mirabolantes, e uma crescente histeria ao pensar no final do livro: quem vai morrer? Quem vai permanecer morto? No mundo de A Saga dos Corvos, possibilidades de como a aventura de Blue e seus garotos corvos pode dar errado é o que não falta. Após a intensidade de Lírio Azul, Azul Lírio, o final dessa saga só pode ser explosivo.

6 comentários sobre “Resenha: Lírio Azul, Azul Lírio, de Maggie Stiefvater (A Saga dos Corvos #3)

  1. Pingback: Resenha: Ladrões de Sonhos, de Maggie Stiefvater (A Saga dos Corvos #2) | Raposísses

  2. Eu também tive dificuldade em definir esse livro, tanto que tive que ler ele duas vezes para conseguir resenha-lo. Mas o meu livro favorito foi Ladrões de Sonhos ♥
    Sua resenha ficou muito boa, adorei!
    Espero que em The Raven King tenha capítulos focando no Ronan e que o Noah tenha mais destaque porque não é possível a Maggie criar um personagem tão interessante e não dar destaque para ele em nenhum momento :/
    A minha teoria é: alguma coisa vai acontecer com o Gancey e o Noah. E o Ronan, o Adam e a Blue vão usar seus “poderes” para fazer alguma coisa grandiosa.

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    • Ladrões de Sonhos é muito bem montado, tudo ali é costurado direitinho hahaha e a história do Ronan é apenas amor ♥ adoro muito também.
      Brigada 🙂 A Maggie já confirmou que terá capítulos do Ronan! E ainda postou uma parte onde o Ronan está pensando em como gosta do Adam e eu quase tive um ataque do coração HAHA o momento shipper bate forte. Já o Noah não sei, fica aí o mistério sobre qual será o papel dele na história né, estou muito curiosa.
      Ahh também estou apostando em uma cena em que Ronan, Adam, e Blue ~juntem seus poderes~ hahaha são meus personagens preferidos, inclusive. Estou morrendo de ansiedade para o próximo livro ♥

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  3. Pingback: Resenha: The Raven King, de Maggie Stiefvater (A Saga dos Corvos #4) | Raposísses

  4. Pingback: Vídeo: A Saga dos Corvos, de Maggie Stiefvater (sem spoilers) | Raposísses

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